(sem apoio, sem forma, sem máscara)
Não somos uma escola.
Não somos um refúgio.
Somos uma travessia.
NIRUPADHI não é um lugar para aprender respostas —
mas para desaprender certezas.
Aqui, investigamos. Questionamos. Silenciamos.
Buscamos nas ruínas da razão uma chama que ainda ilumine.
E se o mundo nos pede velocidade, oferecemos presença.
Se exige opinião, oferecemos dúvida.
Se clama por identidade, entregamos vazio fértil.
Falamos de filosofia, sim —
mas da que sangra.
Da que rasga as vestes do ego, que arde, que inquieta, que consola e desarma.
Filosofia como fome de essência, não como adorno de elite.
Falamos de história —
mas não como linha reta,
e sim como espiral que volta com novos nomes,
com os mesmos vícios de sempre.
Falamos de budismo, de estoicismo, de mística e de lucidez —
não por fé cega, mas por sede.
Sede de não repetir.
Sede de não ser pedra.
Porque…
🪨 A Pedra no Rio
Há uma espécie de inteligência que flui — como o rio.
Ela não se impõe, não grita.
Contorna arrogâncias, dissolve certezas, move-se em direção ao mar do indizível.
Essa inteligência não se exibe; apenas é.
Mas também há a pedra.
A estupidez, ao contrário da água, não busca o caminho.
Ela se instala.
Não flutua, não se transforma, não aprende.
É uma presença dura, resistente à correnteza do tempo e da consciência.
E ali permanece.
Ano após ano, século após século, no mesmo ponto, com o mesmo peso.
O rio tenta levá-la, mas ela resiste — não por força, mas por inércia.
É a ignorância que não sabe que é.
A convicção vazia que se ergue como certeza.
E o mais trágico: muitos, ao passarem por ela, acreditam que aquela pedra é a margem.
Confundem imobilidade com firmeza, confusão com profundidade, teimosia com sabedoria.
São navegantes que constroem mapas com base em equívocos sólidos.
São mentes que, por medo da fluidez, se agarram ao que nunca se move.
Mas a água não discute.
Ela apenas segue.
E um dia, mesmo a pedra mais teimosa se tornará fragmento,
pó dissolvido no silêncio do tempo.
E então, talvez, alguém verá:
que o brilho da estupidez era opaco, mas constante.
E o da sabedoria — invisível, mas eterno.
✧
Em NIRUPADHI, caminhamos com a água.
Nem sempre sabemos onde ela nos levará.
Mas sabemos o que não queremos ser: pedra.