
A busca pela paz interior, pelo autoconhecimento e pela conexão profunda com a vida está no cerne tanto da filosofia quanto da espiritualidade. De maneira particular, a meditação surge como uma prática central para aqueles que desejam experimentar essa conexão, ao mesmo tempo em que integra-se a várias abordagens filosóficas que procuram entender o ser humano e sua relação com o mundo.
Neste post, vamos explorar a interseção entre a meditação e a filosofia, especialmente no que se refere à prática de estar no agora, ou viver no presente. Filósofos como Sócrates, Platão, e mais recentemente, os estoicos e pensadores existenciais, propuseram reflexões profundas sobre a importância de viver de forma consciente e plena. Já em tradições espirituais, como o Budismo, a prática de meditar é vista como uma ferramenta essencial para se conectar com o momento presente e transcender a mente agitada.
O Presente: A Chave para a Felicidade e a Liberação
A premissa central da filosofia do “agora” se encontra na compreensão de que a verdadeira paz e felicidade só podem ser encontradas quando estamos totalmente imersos no presente, sem ficarmos presos ao passado ou ansiosos pelo futuro. No Budismo, o conceito de “presença” ou “mindfulness” é essencial. A prática de estar consciente de cada momento e aceitar as circunstâncias tal como elas são é vista como um caminho para a libertação do sofrimento.
Filósofos estoicos como Sêneca, Epicteto e Marco Aurélio também enfatizaram a importância de viver de maneira focada no presente. Epicteto, por exemplo, acreditava que só deveríamos nos preocupar com o que podemos controlar. Se nos concentrarmos nas nossas reações ao momento presente, em vez de nos atormentarmos com o que não está sob nosso domínio, seremos mais capazes de alcançar a serenidade.
A Meditação como Prática Filosófica
A meditação é uma prática que não é apenas espiritualmente benéfica, mas também profundamente filosófica. Ao meditar, cultivamos a capacidade de focar totalmente no agora, despojando-nos das distrações mentais que normalmente nos afastam do momento presente. Isso ressoa com a filosofia de diversos pensadores que viam a mente agitada e dispersa como um obstáculo para o autoconhecimento e a sabedoria.
Sócrates, por exemplo, defendia o diálogo interior como um meio de chegar à verdade. A meditação pode ser vista como uma extensão dessa ideia, uma forma de diálogo consigo mesmo, mas em um nível mais profundo, silencioso e introspectivo. Quando meditamos, nos afastamos da fala constante e das ideias fragmentadas, e nos dirigimos para um estado de pura observação.
Além disso, o conceito de “atenção plena” que encontramos em muitas práticas meditativas também pode ser vinculado à filosofia existencialista. Filósofos como Jean-Paul Sartre e Martin Heidegger refletiram sobre a experiência do ser no mundo, onde a consciência de nossa existência está intimamente ligada à nossa percepção do tempo. Viver no agora, para eles, é uma maneira de confrontar a angústia existencial e aceitar a responsabilidade que temos sobre nossas escolhas e nosso destino.
A Prática Contínua e Seus Benefícios
A prática contínua de meditação é, sem dúvida, um dos meios mais eficazes de nos mantermos presentes. Quando meditamos, não só treinamos a mente para que ela se torne mais centrada e focada, mas também desenvolvemos uma atitude de aceitação e compaixão, tanto para conosco quanto para com os outros. Em termos filosóficos, isso remete à ideia de autodomínio defendida pelos estoicos. Eles acreditavam que, ao cultivarmos a virtude e o autocontrole, seríamos capazes de transcender os impulsos do ego e viver de forma mais sábia e serena.
O filósofo francês René Descartes, embora mais focado no dualismo mente-corpo, também reconheceu a importância do foco e da clareza mental. Meditar permite que a mente se acalme, tornando possível que possamos ver o mundo de maneira mais clara, sem as distorções criadas pelas nossas emoções e pensamentos apressados.
Conectando Filosofia e Espiritualidade no Cotidiano
A prática de meditar e estar presente no agora não é apenas uma prática filosófica ou espiritual isolada, mas algo que pode ser integrado ao cotidiano. Podemos começar com pequenas pausas durante o dia, onde trazemos nossa atenção de volta ao presente — seja ao saborear uma refeição, ao caminhar ou até mesmo ao escutar alguém falar. Esses momentos de “mindfulness” podem se tornar uma forma de viver mais alinhados com os ensinamentos de filósofos e mestres espirituais, nos permitindo viver de maneira mais consciente e plena.
A meditação, portanto, não é apenas uma técnica para reduzir o estresse ou aumentar a concentração. Ela é uma prática profunda que nos ensina a estar totalmente no presente, como um verdadeiro caminho filosófico de autodescoberta e de conexão com a essência da vida. Ao incorporar a meditação em nossa rotina, cultivamos uma mente mais tranquila, mais focada e mais aberta ao momento presente, promovendo uma vida mais plena, com maior sabedoria e harmonia.
Indo um pouco mais fundo no agora.
Viver o momento presente não e só focar no que ocorre no momento sem pensar em passado ou futuro, e também perdoar os erros que cometeu no passado, e que cometeram com você, deixar ir qualquer expectativa de um futuro presente ainda não vivido, e um dos pilares para se viver o momento presente com mais facilidade e leveza, o que me lembra uma pequena história:
Dois monges estavam caminhado em direção a cidade, e derrepente avistaram uma bela dama que precisava de ajuda para atravessar um pequeno rio, o monge mais velho estende a mão a mulher para ajudá-la, conduziu ela até o outro lado do rio em suas costas e seguiu seu caminho.
O seu amigo monge não podia acreditar no que estava vendo pois como monges não deveriam se quer tocar em uma mulher, então ele perguntou a seu amigo o monge, não deveria ter carregado aquela mulher, Não temos permissão estamos encrencados, o sábio monge respondeu eu há carreguei e a deixei lá atrás mais você a esta carregando até agora.
Moral da história deixe o passado para trás e será mais fácil praticar a meditação do aqui e agora.
Namaskar
ASS: Nirupadhi